sábado, 4 de dezembro de 2010

BLOG EDUCATIVO

Este Blog Educativo foi elaborado pelas alunas do curso de Pedagogia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, na disciplina Educação e Novas Tecnologias, sob a orientação da profª Doralice Inocêncio, durante o segundo semestre de 2010. É resultado de uma pesquisa-ação realizada para a obtenção do título de doutora, no programa Educação, Arte e História da Cultura da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

PARTE UM - Desmistificando as complexidades do ensino da matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental

Olá educadores! Este blog será realizado por nós, 4 alunas da Universidade Presbiteriana Mackenzie – Amanda, Giovanna, Paula e Temi – do 4º semestre de Pedagogia. A ideia surgiu com a Profª Dora, de Educação e Novas Tecnologias, com o intuito de sermos sujeitas de pesquisa para o seu doutorado. A proposta dessa primeira parte é Desmistificar as complexidades do ensino da matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental.

O intuito desse trabalho se deu a princípio das dificuldades dos professores em passar os conteúdos matemáticos aos seus alunos a partir dos conceitos de números, agrupamentos, base 10 e função do zero.

A dificuldade em explicitar essas características numéricas causa dificuldades de aprendizagem nos alunos na apreensão de conceitos como adição e subtração, o que são essenciais para a vivência no cotidiano de qualquer pessoa.

Com isso, trazemos então algumas explicações primárias sobre esses aspectos, que serão explorados durante o desenvolvimento dos módulos:

Agrupamento: ocorre quando a criança realiza a contagem de objetos, por exemplo. Durante a contagem, a criança pode repetir um objeto e contá-lo novamente, então, para que isso não ocorra, ela separa os objetos da coleção em pequenos grupos para que o mesmo objeto não seja contado mais de uma vez. Durante essa experiência, a criança utiliza-se do agrupamento de 2, contando de dois em dois (base 2), agrupamento de 3, contando de três em três, e assim sucessivamente.

Base 10: a cada agrupamento de 10 (objetos) é estabelecida uma nova ordem decimal. A criança percebe que a contagem realizada de dez em dez é mais simples e rápida. Ao agrupar de dois em dois, a criança conta o grupo, ao chegar à base 10 ela passa a perceber e a contar a quantidade real de objetos.

Função do zero: O zero representa ausência de quantidade e, ao mesmo tempo, pode assumir uma presença de posição na ordem da dezena, da centena, ou dos milhares.

Objetivo geral e objetivos específicos

Em relação a agrupamento, base 10 e função do zero, para alunos de 1° Ano.

1. Importância de saber sobre;
2. Como os professores podem introduzir o conteúdo em aula;
3. Os recursos que podem ser utilizados, algo concreto, objetos de contagem, como, por exemplo, o material dourado;
4. Explorar de diferentes maneiras os sentidos das operações.

Módulo I: Mostrar diversas maneiras de lidar com os problemas matemáticos

Os problemas matemáticos estão inseridos na vida das crianças antes mesmo da Educação Infantil, onde através de brincadeiras e de relações com outras pessoas e objetos elas estabelecem na estrutura interna do pensamento, os elementos pré-numéricos, que são: classificação e seriação. Porém, essas noções não devem ser ensinadas, já que são inatas nas crianças.

É a partir desses conhecimentos relacionados no pensamento da criança que se relaciona o aspecto cardinal e ordinal, que as levarão a construir a ideia de número, e assim a importância da contagem.

Assim, podemos entender melhor que será através de conhecimentos prévios e relacionados com o seu contexto social que as crianças conseguirão lidar com diversos problemas matemáticos. Por isso é importante que a professora ofereça problemas matemáticos que incentivam as crianças a se interessarem e a pensarem.

Sempre lembrando que também é importante que a professora insista que cada criança escreva como pensou para obter tal resultado, pois dessa exploração surgem ideias que sustentam as operações, que são as escritas e as leituras de números, através da adição, subtração, multiplicação e divisão.

Outra maneira interessante de lidar com os problemas matemáticos com as crianças é através de jogos. Existem muitos jogos que ajudam as crianças a relacionarem operações matemáticas.

Módulo II: Contextualizar a sua utilização na prática cotidiana

Como já explicado, os alunos, antes de começarem a freqüentar a escola, têm contato diário com o sistema numérico. Ao ver algarismos em calendários, telefones em agendas, preços de produtos nos supermercados, numeração das casas, painel do elevador, entre outros, as crianças constroem, informalmente, representações sobre os números e tentam compreendê-los criando teorias próprias.

Essa lógica inicial construída com base em simples observação e na interação com os números em situações do cotidiano aparece principalmente quando os alunos são estimulados com propostas que envolvem não só a escrita, a leitura e a comparação de números, mas também quando colocam esse conhecimento em prática.

É essencial que a criança sinta-se familiarizada com o sistema de numeração, sendo estimulada com diferentes portadores numéricos que existem no cotidiano, como calendários, fitas métricas, tabelas de álbuns de figurinhas e outros materiais que permitam reconhecer a regularidade desse sistema.

Para isso, é de suma importância investigar quanto um aluno já sabe sobre o sistema de numeração para que o professor faça as intervenções corretas.

Módulo III: Manuseamento dos materiais didáticos de forma adequada e diversificada para melhor absorção e compreensão do conteúdo pelas crianças

Quando se fala de matemática, parece ser mais difícil fazer as crianças explorarem a sua volta porque noções matemáticas tendem a ser abstratas. A partir disso, tende-se a utilizar objetos e materiais concretos para que a criança possa utilizar e manipular, pois eles podem ajudar a representar relações matemáticas que as crianças devem compreender.

Para isso, cabe ao professor saber utilizar esses objetos e materiais, de forma a ajudar no desenvolvimento matemático dos alunos, que abrange desde o sistema de numeração até as operações numéricas.

Alguns desses materiais são: o ábaco e o material dourado. O professor deve conhecê-los e entendê-los para poder trabalhá-los com as crianças de uma forma vantajosa e que cause desequilíbrios, pois é assim que se dá a aprendizagem.

Além desses, existem outros tipos de materiais que podem ser construídos e são substituíveis, como o baralho, dados, palitos, a própria calculadora, entre outros.









Módulo IV: Explorar de diferentes maneiras os sentidos das operações

Algumas atividades propostas aos alunos nos anos iniciais da escolarização têm a possibilidade de ampliar o repertório de cálculos, na medida em que as crianças podem se apoiar em resultados conhecidos para calcular outros que ainda não conheçam. Por exemplo: a partir da idéia de 7+3=10, pode-se resolver outros cálculos, tais como: 700+300; 100-70; 1000-300; 130+70; etc.

Trata-se de reconhecer e utilizar propriedades tanto dos números quanto das operações. O ponto de partida para esse trabalho é a memorização de cálculos (adição e subtração) que totalizam 10, o que servirá de apoio no trabalho de ampliação do cálculo aditivo.

É importante insistir que cada criança escreva como pensou para obter o resultado, pois dessa forma, surgem idéias que sustentam as operações utilizadas e seus outros sentidos, como por exemplo, de que forma foi resolvida uma subtração por meio de uma adição.

PARTE DOIS - Proporcionando uma maior compreensão dos gêneros textuais Crônicas e Poemas no processo de alfabetização

Olá novamente, educadores! Esta segunda parte do blog temo como objetivo proporcionar uma maior compreensão dos gêneros textuais Crônicas e Poemas no processo de alfabetização, principalmente com alunos de 1º Ano.

O intuito dessa ideia se deu, a princípio, das dificuldades dos professores ao lidarem com os diferentes gêneros textuais, além das várias maneiras de abordá-los.

Será desmistificada a dificuldade em utilizar esses diferentes gêneros de uma forma proveitosa e produtiva para alunos de 1º ano do Ensino Fundamental. Começaremos pela apresentação e características de dois tipos de gêneros (poemas e crônicas), relatando a importância ao utilizá-los e mostrando o objetivo de trabalhar com esses textos para a melhor compreensão das crianças.

Sobre a Crônica

Crônica é, primordialmente, um texto escrito para ser publicado no jornal. Assim, o fato de ser publicada no jornal já lhe determina vida curta, pois sempre terá uma continuidade.

Há semelhanças entre a crônica e o texto exclusivamente informativo. Assim como o repórter, o cronista se inspira nos acontecimentos diários, que constituem a base da crônica. Entretanto, há elementos que distinguem um texto do outro. Após cercar-se desses acontecimentos diários, o cronista dá-lhes um toque próprio, incluindo em seu texto elementos como ficção, fantasia e criticismo, elementos que o texto essencialmente informativo não contém. Com base nisso, pode-se dizer que a crônica situa-se entre o jornalismo e a literatura, e o cronista pode ser considerado o poeta dos acontecimentos do dia-a-dia.

A crônica, na maioria dos casos, é um texto curto e narrado em primeira pessoa, ou seja, o próprio escritor "dialoga" com o leitor. Isso faz com que a crônica apresente uma visão totalmente pessoal de um determinado assunto: a visão do cronista. Ao desenvolver seu estilo e ao selecionar as palavras que utiliza em seu texto, o cronista está transmitindo ao leitor a sua visão de mundo. Ele está, na verdade, expondo a sua forma pessoal de compreender os acontecimentos que o cercam. Geralmente, as crônicas apresentam linguagem simples, espontânea, situada entre a linguagem oral e a literária. Isso contribui também para que o leitor se identifique com o cronista, que acaba se tornando o porta-voz daquele que lê.

• Ligada à vida cotidiana;
• Narrativa informal, familiar, intimista;
• Uso da oralidade na escrita: linguagem coloquial;
• Sensibilidade no contato com a realidade;
• Síntese;
• Uso do fato como meio ou pretexto para o artista exercer seu estilo e criatividade;
• Leveza;
• Diz coisas sérias por meio de uma aparente conversa fiada;
• Uso do humor;
• Brevidade;
• É um fato moderno: está sujeita à rápida transformação e à fugacidade da vida moderna.

Alguns tipos de crônicas:

Crônica Descritiva: Ocorre quando uma crônica explora a caracterização de seres animados e inanimados em um espaço.

Crônica Narrativa: Tem por eixo uma história, o que a aproxima do conto. Pode ser narrado tanto na 1ª quanto na 3ª pessoa do singular. Comprometido com fatos cotidianos.

Crônica Dissertativa: Opinião explícita, com argumentos mais "sentimentalistas" do que "racionais". Exposto tanto na 1ª pessoa do singular quanto na do plural.

Crônica Narrativo-Descritiva: É quando uma crônica explora a caracterização de seres, descrevendo-os, e ao mesmo tempo mostra fatos cotidianos, no qual pode ser narrado em 1ª ou na 3ª pessoa do singular.

Crônica Humorística: Apresenta uma visão irônica ou cômica dos fatos apresentados.

Crônica Lírica: Linguagem poética e metafórica. Expressa o estado do espírito, as emoções do cronista diante de um fato de uma pessoa ou fenômeno. No geral as emoções do escritor.

Crônica Poética: Apresenta versos poéticos em forma de crônica.

Crônica Jornalística: Apresentação de aspectos particulares de noticias ou fatos. Pode ser policial, esportiva, etc.

Crônica Histórica: Baseada em fatos reais, ou fatos históricos.

Sobre os Poemas

Um texto poético, normalmente, representa uma emoção, um ideal, um desejo, um sentimento, uma revolta, enfim, uma realidade interior de grande intensidade. Distingue-se da narrativa por não pretender contar uma história, mas expressar a ideologia/visão de mundo do poeta.

O poema é uma obra literária apresentada geralmente em verso. Existe uma diferença entre poesia e poema. O poema é uma obra em verso com características poéticas, ou seja, enquanto o poema é um objeto literário com existência material, concreta; a poesia tem um caráter imaterial e transcendente.

Fortemente relacionado com a música, o poema tem as suas raízes históricas nas letras de acompanhamento de peças musicais. Até a Idade Média, os poemas eram cantados. Só depois o texto foi separado do acompanhamento musical. Tal como na música, o ritmo tem uma importância de nível elevado.

Existem alguns gêneros:

O Gênero Lírico: A palavra lírico vem do latim, que significa lira; instrumento musical usado para acompanhar as canções dos poetas da Grécia antiga, e retomado na Idade Média pelos trovadores. Pode-se dizer que o gênero lírico é a expressão do sentimento pessoal. De fato, o poeta lírico é o indivíduo isolado que se interessa somente pelos estados da alma. É aquele que se preocupa com as próprias sensações voltadas para si. O universo exterior só é considerado quando existe uma identificação, ou é passível de ser interiorizado pelo poeta.

O Gênero Épico: O termo Épico vem do grego Epos, narrativa ou recitação. Um exemplo de poesia épica é Ilíada, de Homero. Na Idade Média eram inspirados em façanhas de guerra da cavalaria andante.

O Gênero Dramático: No poema dramático, a história é contada através das falas dos personagens. As peças de teatro escritas em verso constituem forma de poesia dramática.

Objetivo Geral e Objetivos Específicos

Sobre os conteúdos dos gêneros textuais crônicas e poemas para alunos de 1º Ano.

1. Apresentação dos gêneros e suas características;
2. Importância ao utilizá-los;
3. Objetivo de trabalho com esses textos para a melhor compreensão das crianças.

Módulo I: Mostrar a importância da utilização das crônicas e dos poemas o processo de alfabetização

Crônicas: As crônicas são materiais que podem ajudar o professor durante o processo de alfabetização, pois quando um aluno tem contato elas, começa a perceber que o campo da leitura pode ser muito mais real e possível. As crônicas podem ser utilizadas pelo educador como incentivo à leitura e escrita.

Como as crônicas trazem uma linguagem mais leve e simples, as crianças se interessam por esse tipo de gênero, até porque podem utilizar o humor. Por meio deste, a criança exercita a reflexão e a criticidade, e sentem-se à vontade para transformar seu texto, brincando com as palavras.

Poemas: Atualmente o trabalho com poemas é pouco desenvolvido na sala de aula, primeiro porque esse gênero não é lido cotidianamente, segundo porque os próprios professores se distanciam dele.

É preciso trabalhar com poemas em sala de aula, pois estimula e auxilia a percepção e os sentidos diversos que um texto possa oferecer. É importante que o professor ensine a ler o mundo, fazendo do poema um exercício para a produção da intertextualidade.

Módulo II: Como o educador pode intervir nas atividades

O conhecimento não é apenas transmitido pelo professor, mas os alunos também o constroem, e o papel do educador é fornecer vários meios para que isso aconteça, facilitando a aprendizagem dos mesmos.

O professor deve ser flexível em seu planejamento, dando espaços para os alunos desenvolverem suas atividades, alem de dar maior liberdade para estes se expressarem. Além disso, o educador deve apenas orientar seus alunos em meio à propostas de atividades, pois assim o aluno irá resolver os problemas por conta própria, construindo dessa forma o seu próprio conhecimento.

Não se deve interferir constantemente nas atividades, mostrando aos alunos o caminho mais fácil para a realização de algumas propostas. O que se deve fazer é, como já dito, abrir espaço para que o aluno explicite suas ideias, e também criar situações que valorizem a interação de outros pensamentos, fazendo com que haja conflito, ou seja, desequilíbrio, favorecendo a cooperação entre os alunos, socializando informações.

Outro ponto de suma importância é não limitar a expressão tanto oral quanto de escrita das crianças, pois deste modo empobrecerá o processo de alfabetização, assim como trocar palavras difíceis por fáceis em meio de uma leitura, fazendo com que o aluno não fique instigado a procurar tais palavras para maior conhecimento.

Módulo III: Como trabalhar os gêneros textuais (sugestão de atividades)

As atividades aqui propostas são de 1º à 5º ano, podendo ser trabalhadas também de outras formas.

Crônica

a) Atividade 1 – Leitura e Análise de algumas crônicas

Objetivos:
Analisar e identificar o gênero crônica; interpretar e verificar os vários recursos utilizados por autores brasileiros; identificar aspectos e características do gênero; caracterizar o narrador da crônica.

Estratégias:
1. Divida a classe em grupos e selecione com os alunos um conjunto de crônicas;Escolha uma crônica para discussão e análise para cada grupo;
2. Tópicos que podem ser discutidos:
• Que fatos estão enfatizados nesta crônica?
• Quais os objetivos presentes na crônica escolhida? (críticas; comportamentos)
• Como é o narrador da crônica analisada? (observador ou personagem)
• Analise a linguagem empregada na crônica. (linguagem direta/indireta; formalidade/informalidade)

b) Atividade 2 – Continuando a história da crônica

Objetivos:
Ampliar o vocabulário; possibilitar a exploração da imaginação; promover a interação e o trabalho em grupo.

Estratégias:
1. Escolha uma crônica e conte-a para sala, mas sem o seu final. Tente “cortar” a crônica no clímax, numa parte tensa;
2. Divida a sala em grupos e peça para que os alunos escrevam algumas linhas da crônica, continuando a história da forma que imaginarem;
3. Rode entre os grupos a continuação da crônica quantas vezes for necessário, até que terminem a escrita;
4. Peça para cada grupo ler o resultado final da crônica criada e discuta sobre ela, o vocabulário utilizado, entre outros;
5. Leia o final da crônica dado pelo autor e debata com as crianças tudo o que foi observado e trabalho até então.

Poema

a) Atividade 1 – Leitura e Criação de um Poema da classe
Obs.: É necessário que os alunos já tenham estudado o assunto para a realização da atividade.

Objetivos:
Relembrar a estrutura e as características dos poemas; possibilitar a exploração da imaginação; recordar os sentimentos; intermediar a leitura de um poema com a criação de um novo.

Estratégias:
1. Traga vários poemas diversificados e faça um mural com eles, relembrando suas características, etc.
2. Solicite aos alunos que escolham uma poesia do mural e a leiam;
3. Peça para que eles representem em uma folha tudo o que sentiram ao ler a poesia e em seguida mostre-os para a classe, conversando com o grupo sobre a variedade de sentimentos que apareceram. Fale também sobre que sentimentos aparecem no nosso dia-a-dia e quando sentimos cada um deles;
4. Durante a conversa, faça com os alunos uma lista dos sentimentos que apareceram;
5. Peça para que os alunos escolham um sentimento com o qual mais se identificam no momento e peça para que eles escrevam numa folha palavras soltas relacionadas à esse sentimento;
6. Junte os alunos em grupos de acordo com o sentimento que escolheram;
7. Peça para eles criarem um poema a partir desse sentimento, utilizando a escolha de palavras, as figuras, os sons...

b) Atividade 2 – Completando o poema

Objetivos:
Reconhecer a estrutura e a característica do poema; possibilitar a interação com as rimas.

Estratégias:
1. Peça às crianças para completarem o poema usando o banco de palavras.

BETE - ZINCO – FREGUÊS – PINTA – PUM – RETRATO – MOVE – POIS-POIS – INÊS - BISCOITO

NAS RUAS DA CIDADE

Lá na Rua 21,
O pipoqueiro solta um _____.
Lá na Rua 22,
O português diz _____.
Lá na Rua 23,
João namora a bela _____.
Lá na Rua 24,
A Aninha tirou um _____.
Lá na Rua 25,
Caiu um barraco de _____.
Lá na Rua 26,
O sorveteiro quer _____.
Lá na Rua 27,
Pedro chama a prima ______.
Lá na Rua 28,
A Verinha vende _____.
Lá na Rua 29,
A molecada só se _____.
Lá na Rua 30,
Paro, pois a rima já num _____.


Elias José.

PARTE TRÊS: Caminhando junto com alfabetização e matemática

Olá, educadores! Nessa terceira etapa, mostraremos a vocês as vantagens de se trabalhar com a interdisciplinaridade entre conteúdos matemáticos e de alfabetização.

Temos o objetivo de esclarecer possíveis dúvidas sobre isso e trabalhar com as dificuldades dos professores envolvidos neste processo de ensino.

É importante abordarmos essa temática nos anos iniciais do Ensino Fundamental porque a leitura e a escrita – às vezes na forma de algum gênero textual - estão inseridos em enunciados de problemas matemáticos, e interpretá-los é um pré-requisito para entender os conceitos da matemática e entender como abordar o problema para conseguir resolvê-lo.

Objetivo geral e Objetivos Específicos

Interdisciplinaridade entre matemática e alfabetização no 1º Ano.

1. Importância de trabalhar matemática e alfabetização juntos;
2. Como envolver os dois temas;
3. Sugestão de atividades envolvendo diversos gêneros textuais e conteúdos matemáticos.

Módulo I – Benefícios da interdisciplinaridade

A alfabetização, em conjunto com a matemática, auxilia na interpretação e consequentemente no entendimento dos problemas matemáticos, proporcionando desta forma uma melhor absorção dos conteúdos não somente na escola, mas também fora dela, em seus usos sociais.

O professor pode se utilizar de materiais didáticos – livros de parlendas, de histórias, músicas, vídeos, entre outros - que trabalhem com os dois temas, podendo focar assim em apenas um, caso desejar. Por exemplo: uma parlenda que trabalhe com a contagem e também tem rimas pode ser ponto de partida para iniciar os alunos no assunto sobre poemas, através dessa característica comum.

Módulo II – Como juntar conteúdos de alfabetização e de matemática

Nossa proposta é que os professores utilizem todo o conhecimento e materiais trabalhados durante o ano letivo de forma proveitosa e enriquecedora, a fim de promover o melhor desenvolvimento integral dos alunos durante o processo de alfabetização e do pensamento lógico-matemático.

Os educadores podem formular alguns tipos de produções que podem ser realizadas em sala de aula que ajudam a instigar as crianças a saberem mais sobre o assunto. Um exemplo disso pode ser a construção de um livro que componha os dois assuntos.

Assim, nós produzimos um livro que traz de forma concreta esta ideia de interdisciplinaridade, onde o professor pode trabalhar:

a) na alfabetização: gênero textual da poesia, através das rimas
b) na matemática: ideia de agrupamentos e base dez


Os ovinhos do fazendeiro Zé - Amanda, Giovanna, Paula e Temi


















Módulo III – Sugestão de atividades

A seguir algumas dicas de músicas, poemas, parlendas e trava-línguas que podem ser trabalhados em sala de aula.

Poesias

A Língua de Nhem
(Cecília Meireles)


Havia uma velhinha
que andava aborrecida
pois dava a sua vida
para falar com alguém.

E estava sempre em casa
a boa velhinha
resmungando sozinha:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...

O gato que dormia
no canto da cozinha
escutando a velhinha,
principiou também

a miar nessa língua
e se ela resmungava,
o gatinho a acompanhava:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...

Depois veio o cachorro
da casa da vizinha,
pato, cabra e galinha
de cá, de lá, de além,

e todos aprenderam
a falar noite e dia
naquela melodia
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...

De modo que a velhinha
que muito padecia
por não ter companhia
nem falar com ninguém,

ficou toda contente,
pois mal a boca abria
tudo lhe respondia:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...


OU ISTO OU AQUILO
(Cecília Meireles)


Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva!

Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.

É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.

Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo . . .
e vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.

Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.


A FOCA
(Vinicius de Moraes)


Quer ver a foca
Ficar feliz?
É por uma bola
No seu nariz.

Quer ver a foca
Bater palminha?
É dar a ela
Uma sardinha.

Quer ver a foca
Fazer uma briga?
É espetar ela
Bem na barriga!



COLAR DE CAROLINA
(Cecília Meireles)


Com seu colar de coral,
Carolina
corre por entre as colunas
da colina.

O colar de Carolina
colore o colo de cal,
torna corada a menina.

E o sol, vendo aquela cor
do colar de Carolina,
põe coroas de coral

nas colunas da colina.


AS BORBOLETAS
(Vinícius de Moraes)


Brancas, azuis, amarelas e pretas.
Brincam na luz
As belas borboletas.

Borboletas brancas
São alegres e francas.

Borboletas azuis
Gostam muito de luz.

As amarelinhas
São tão bonitinhas!

E as pretas, então…
Oh, que escuridão!



A bailarina
(Cecília Meireles)


Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.

Não conhece nem mi nem fá
Mas inclina o corpo para cá e para lá.

Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.

Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.

Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.



Relógio
(Vinícius de Moraes)


Passa tempo, tic-tac Tic-tac, passa, hora
Chega logo tic-tac Tic-tac, e vai-te embora
Passa, tempo
Bem depressa
Não atrasa
Não demora
Que já estou Muito cansado
Já perdi
Toda a alegria
De fazer
Meu tic-tac
Dia e noite
Noite e dia
Tic-tac Tic-tac
Tic-tac.

Músicas

A Casa
(Vinícios de Moraes)


Era uma casa
Muito engraçada
Não tinha teto
Não tinha nada
Ninguém podia
Entrar nela não
Porque na casa
Não tinha chão
Ninguém podia
Dormir na rede
Porque na casa
Não tinha parede
Ninguém podia
Fazer pipi
Porque penico
Não tinha ali
Mas era feita
Com muito esmero
Na Rua dos Bobos
Número Zero



Aquarela
(Vinícius de Moraes)


Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo
Corro o lápis em torno da mão e me dou uma luva
E se faço chover, com dois riscos tenho um guarda-chuva
Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel
num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu
Vai voando, contornando a imensa curva Norte e Sul
Vou com ela viajando Havaí, Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela branco navegando,
é tanto céu e mar num beijo azul
Entre as nuvens vem surgindo um lindo avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo, com suas luzes a piscar
Basta imaginar e ele está partindo, sereno e lindo
e se a gente quiser ele vai pousar
Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida
com alguns bons amigos bebendo de bem com a vida
De uma América a outra consigo passar num segundo
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo
Um menino caminha e caminhando chega no muro
e ali logo em frente a esperar pela gente o futuro está
E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar
Não tem tempo nem piedade nem tem hora de chegar
Sem pedir licença muda nossa vida,
depois convida a rir ou chorar
Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar
Vamos todos numa linda passarela
de uma aquarela que um dia enfim
Descolorirá
Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo (que descolorirá)
e com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo (que descolorirá)
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo (e descolorirá).



O Pato
(Vinícius de Moraes)


Qüén! Qüen! Qüén! Qüen!
Qüén! Qüen! Qüén! Qüen!
Qüén! Qüen! Qüén! Qüen!
Qüén! Qüen! Qüén! Qüen!
Lá vem o Pato
Pata aqui, pata acolá
Lá vem o Pato
Para ver o que é que há...(2x)
O Pato pateta
Pintou o caneco
Surrou a galinha
Bateu no marreco
Pulou do poleiro
No pé do cavalo
Levou um coice
Criou um galo...
Comeu um pedaço
De genipapo
Ficou engasgado
Com dor no papo
Caiu no poço
Quebrou a tigela
Tantas fez o moço
Que foi prá panela...
Quá! Quá! Quá! Quá Quá!
Quá! Quá! Quá! Quá Quá!
Quá! Quá! Quá! Quá Quá!
Lá vem o Pato
Pata aqui, pata acolá
Lá vem o Pato
Para ver o que é que há...(2x)
O Pato pateta
Pintou o caneco
Surrou a galinha
Bateu no marreco
Pulou do poleiro
No pé do cavalo
Levou um coice
Criou um galo...
Comeu um pedaço
De genipapo
Ficou engasgado
Com dor no papo
Caiu no poço
Quebrou a tigela
Tantas fez o moço
Que foi prá panela...
Caiu no poço
Quebrou a tigela
Tantas fez o moço
Que foi prá panela...



O Caderno
(Toquinho)


Sou eu que vou seguir você
Do primeiro rabisco
Até o be-a-bá.
Em todos os desenhos
Coloridos vou estar
A casa, a montanha
Duas nuvens no céu
E um sol a sorrir no papel...
Sou eu que vou ser seu colega
Seus problemas ajudar a resolver
Te acompanhar nas provas
Bimestrais, você vai ver
Serei, de você, confidente fiel
Se seu pranto molhar meu papel...
Sou eu que vou ser seu amigo
Vou lhe dar abrigo
Se você quiser
Quando surgirem
Seus primeiros raios de mulher
A vida se abrirá
Num feroz carrossel
E você vai rasgar meu papel...
O que está escrito em mim
Comigo ficará guardado
Se lhe dá prazer
A vida segue sempre em frente
O que se há de fazer...
Só peço, a você
Um favor, se puder
Não me esqueça
Num canto qualquer...

Crônicas

Livro: Rick e a Girafa – Carlos Drummond de Andrade

Não é toda hora que encontramos textos para crianças e adolescentes assinados por um verdadeiro ícone da literatura brasileira - particularmente da poesia - do século XX: Carlos Drummond de Andrade. Em Rick e a girafa, a Ática apresenta 29 crônicas de Drummond com os assuntos mais variados, engraçados, reflexivos, que fazem a garotada enxergar o cotidiano com novos olhos.

As crônicas de Drummond foram especialmente escolhidas para os pequenos leitores. São narrativas curtas, sempre envolventes, garantia de uma leitura fácil e prazerosa, acrescida da famosa lírica drummondiana e suas observações únicas do comum e do raro no dia-a-dia.

Parlendas

“Dedo mindinho,
Seu vizinho,
Pai-de-todos,
Fura-bolo
Mata-piolho.”


“O tempo perguntou para o tempo:
Quanto tempo o tempo tem?
O tempo respondeu para o tempo
Que o tempo tem tanto tempo
Que nem o tempo poderá dizer
Quanto tempo o tempo tem.”


“Lá na Rua 24
A mulher matou um gato
Com a sola do sapato
O sapato estremeceu
A mulher morreu
O culpado não fui eu
Foi aquele que se mexeu.”


“Lá em cima do piano
Tinha um copo de veneno
Quem bebeu morreu
O culpado não fui eu
Foi o filho do Tadeu.”




















Considerações Finais

Podemos perceber que a alfabetização é o meio condutor de todas as outras atividades. É por meio dela, aprendendo a ler e a escrever, compreendendo os mais variados gêneros textuais, interpretando-os e criticando-os que a criança conseguirá sentir-se leitora e escritora, contribuindo assim em sua formação integral.

Para isso, é necessário que o educador contextualize seus alunos, mostrando o valor real e social dos textos e a importância deles na formação de cada um, oferecendo oportunidades de trabalhos com os mais variados tipos de textos.

Dada a importância da leitura e da produção de textos, o professor precisa ensinar aos seus alunos a interpretarem, discutirem o texto para que analisem todas as suas informações. Deste modo, saber ler e escrever e, o mais importante, entender aquilo que se leu, permitirá o avanço das crianças em todas as áreas do conhecimento.

Podemos citar como exemplo a matemática, que foi o assunto que nós abordamos aqui. O enunciado de um problema está repleto de informações que serão necessárias para sua resolução, e antes mesmo de fazer as contas é preciso entender o que o ele transmite, para a compreensão geral.

Dessa forma, fica claro o quanto é importante e vantajoso trabalhar assuntos de alfabetização com outros conteúdos, e o mesmo serve para a matemática. O professor é livre para criar... e também para aprender!

Esperamos que vocês tenham gostado! Até a próxima!